Há milhões de anos, durante uma
era glacial, quando parte de nosso planeta esteve coberto por grandes camadas
de gelo, muitos animais, não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos,
por não se adaptarem às condições.
Foi, então, que uma grande
quantidade de porcos-espinho, numa tentativa de se proteger e sobreviver,
começaram a se unir, juntar-se mais e mais.
Assim, cada um podia sentir o
calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam uns aos
outros, aqueciam-se mutuamente, enfrentando por mais tempo aquele frio
rigoroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos
de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles
que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E
afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem
mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito...
Mas essa não foi a melhor
solução! Afastados, separados, logo começaram a morrer de frio, congelados. Os
que não morreram voltaram a se aproximar pouco a pouco, com jeito, com cuidado,
de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro,
mínima, mas o suficiente para conviver sem magoar, sem causar danos e dores uns
nos outros.
Assim, suportaram-se, resistindo
à longa era glacial. Sobreviveram.
É fácil trocar palavras, difícil
é interpretar o silêncio!
É fácil caminhar lado a lado,
difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto, difícil é
chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos, difícil
é reter o calor!
É fácil conviver com pessoas,
difícil é formar uma equipe!
(Autor desconhecido)
Para sermos uma equipe,
"precisamos descobrir a alegria de conviver."
(Carlos Drummond de Andrade)
Texto com o qual iniciamos o PEA
- 2012 "Ética e Valores Humanos na Escola - Construção da Cidadania"
e compartilhamos com os alunos de todos os anos dos Ciclos I e II.